top of page

La Palace: vazio que precede o fracasso

Escrito por: Colby Miano Indian.

Fracasso. Essa é a melhor palavra para definir o evento de reinauguração do La Palace. A festa aconteceu durante a semana do Hallowen, organizado pela proprietária do espaço Xay Odegaard Tykkyläinen. Infelizmente parece que toda a organização e expectativa depositados no momento, o qual poderia representar, mais uma vez, a ascensão do espaço na comunidade bruxa não surtiram o efeito esperado. Todo o espaço fora cuidadosamente organizado para um evento de peso, as paredes seguiam uma decoração minuciosa refletindo com originalidade e um particular bom gosto, desde as mesas até os pequenos detalhes que pendiam do teto com um profundo toque de terror e uma convidativa expressão de diversão completavam o ambiente. O piso ansioso aguardava uma explosão jovem que depositaria sobre ele todo o ímpeto dançante, que infelizmente não aconteceu. O salão, por grande parte do tempo, permaneceu vazio e intocado, onde era de se esperar cantos, música inaudível e risos escandalosos dava espaço para um aterrador silêncio. Digo sem medo de errar: Um cemitério seria mais animado do que aquela festa.


Desde o inicio a festa se arrastou preguiçosa, alguns poucos convidados caminhavam tímidos e deslocados, devo dizer, pelo salão vazio. É como dizem, só é possível perceber o quanto um aquário é grande quando se joga lá um pequeno peixe, e baseado nisso, concluo que naquela noite o bar tinha cara de um imenso e triste oceano, a decoração bem-feita não minimizou o desastres daquela noite.

Talvez o ponto alto tenha sido as fantasias que abrilhantavam o salão com uma mistura de plumas, paetês e certo fulgor de sexualidade adolescente, tenho certeza que o aroma hormonal se espalhou facilmente por todo o espaço, e mesmo com pouco movimento, mesmo entre as densas colunas de ar que se moviam pelo salão (podem acreditar, ar foi o que mais se moveu naquela noite), os olhares engordados por luxúria e lascívia adolescente eram lançados com o ímpeto de feitiços assassinos o qual tinha como alvo qualquer belo rostinho e corpo latejante que alcançasse, algumas personalidades, inclusive, esbanjavam e exibiam suas peles sem medo e sem pudor, arrisco-me a dizer, seria impossível deixar de notar uma certa “Coelhinha” os fios louros desdenhavam uma singela porém intensa beleza e até mesmo excitação latente.


Dançando entre as mesas vazias e os poucos convidados que tentavam ignorar o galopante desdém dos demais convidados ao evento que ali, tentava, se concretizar. A proprietária empenhada deslizava com determinada graça e uma expressão vazia de preocupações, qualquer outro comerciante estaria, naquele momento, em profundo desespero, mas para minha surpresa Xay seguia seus atendimentos como se nada estivesse acontecendo.

Enquanto escrevo, me pergunto, curioso, e um tanto quanto chocado, se não fora aquilo, uma estratégia, inteligente, para garantir controle da situação, talvez estivesse desesperada, mas não poderia, de forma alguma, deixar a bandeja com seu orgulho prateado se desmantelar pelo chão. Cá entre nós, ávidos leitores, não poderia escrevê-los sem deixar uma caridosa informação: Xay Odegaard Tykkyläinen, não é tão controlada como aparenta, ouvi alguns sussurros entres as paredes de seu, falido estabelecimento, que alguns pratos e lágrimas foram derrubados lá na cozinha quando a bela percebeu que a festa não havia sido, nem de longe, tudo o que ela planejou. Podem acreditar em mim... Afinal de contas, eu nunca mentiria! Felizmente, por conta de todo o esforço e trabalho árduo, com horas, talvez dias de planejamento, e uma equipe enorme, composta somente pela proprietária (o que faz sentido, não precisaria mesmo de muitas pessoas para servir algumas poucas corujas desgarradas) foi possível atender a todos os convidados que, praticamente, salvaram a reuniãozinha no bar do fracasso. Todos os oito.

Arthur Hagewasser Sanctis; Cosmo Nolan Carmello; Dianna Maddison Odegaard; Kuhn Verlangieri Hostyn; Luth Staminkhov Lavrov; Maia Scavuzzi; Maxime Adele Heatifiily e Sirena Adele Heatifiily


Seria esse recente fracasso um reflexo da má administração do espaço? A sociedade bruxa teria se cansado das intervenções desesperadas para o sucesso do La Palace? Deve-se lembrar que há algum tempo que o estabelecimento tenta com certo ímpeto retomar seus dias de glória, em pouco tempo já houveram incontáveis tentativas de produzir eventos e festas que foram, em grande maioria, incapazes de arrastar possíveis consumidores de volta para suas paredes amadeiradas. Sinto que os dias de glória, se é que existiram, estão fadados a nunca mais acontecer, mas talvez um milagre, ou uma administração forte possa ter o que é preciso para reacender a chama do grandioso, porem vazio La Palace. E se você quer ver com os próprios olhos todo o espaço que ficou vazio por longas três horas de reuniãozinha, estão convidados a visitar o espaço. Garanto que serão recebidos como se fossem os únicos clientes, e existe uma grande possibilidade de realmente serem.


25 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page